A venda do volante Arthur, do Barcelona para a Juventus, resolve a vida do Grêmio até acabar o longo recesso do futebol. O tão sonhado fluxo de caixa está garantido. Esses 3,5% (o percentual varia de 0,5% a 5%, calculado conforme o tempo da promessa da base no clube), a título de Mecanismo de Solidariedade, instrumento através do qual a Fifa premia quem forma talentos, caíram do céu.
Quem imaginaria que, em tempos de pandemia, o time de Turim faria um negócio de 72 milhões de euros? Ninguém. Foi algo contra todos os prognósticos.
É só fazer as contas, em termos de Grêmio. São quase R$ 16 milhões nessa revenda de Arthur. Os R$ 10 milhões da linha de crédito da CBF já foram sacados. Mais os R$ 6 milhões ou R$ 7 milhões por mês de economia ao pagar apenas 45% dos salários dos jogadores durante seis meses, naquele modelo de tomar emprestado e pagar em 24 vezes a partir de janeiro de 2021, escapando assim de ter de recorrer a bancos e seus juros medonhos.
E, ainda, o quadro social, que injeta algo em torno de R$ 6 milhões mensais nos cofres. Tudo isso com as medidas de contenção adotadas pelo clube em todos as pontas, claro.
A travessia do Grêmio até o futebol voltar está garantida. Romildo Bolzan dormirá mais tranquilo do que seus adversários país afora. Muitos ainda terão de buscar socorro bancário ou até cortar mais a folha, como cogita o Palmeiras, na luta por fluxo de caixa em tempos de sumiço de receitas. E deu a sorte de, por enquanto, alcançar essa situação sem a venda direta de Everton ou Matheus Henrique, ou seja, sem desfalcar a equipe.