Enquanto todos contam prejuízos pela queda de receitas e nem cogitam contratar, inclusive Flamengo e Palmeiras, o Atlético-MG parece viver em outro mundo.
À bordo de uma parceria não muito bem explicada com a MRV Engenharia, que volta e meia pinta na vida do clube, o Atlético-MG contratou o caríssimo e badalado Jorge Sampaoli. Agora, com ou sem pandemia, tenta a todo custo contratar a primeira indicação feita pelo técnico argentino: o zagueiro Lucas Verissimo.
O presidente Sette Câmara ofereceu 4 milhões de euros por Lucas Verissimo. Que é bom jogador, mas nada grave. Em seguida, conforme o noticiário, subiu para 5 milhões sem nem o Santos recusar de fato a oferta inicial.
Antes de ir atrás do zagueiro, que vive reclamando da vida na Vila Belmiro, Diego Tardelli já havia sido anunciado pelo Atlético-MG. O mesmo Tardelli com quem o Grêmio rescindiu para não gastar uma fortuna sem retorno satisfatório.
E trouxe Alexandre Mattos do Palmeiras, um dos executivos de futebol mais caros do país, acostumado a contratar à rodo. Outra questão: promessa de não reduzir salário de ninguém durante o recesso provocado pela covid-19.
Muito fora da curva, para ficar na terminologia que estamos aprendendo na pandemia.
Desse jeito, o Atlético-MG vai terminar "cruzeirando": gastando os tubos hoje e caindo amanhã. Curiosamente, quem cunhou o novo verbo — "cruzeirar" — foi o próprio Sette Câmara, quando quis garantir aos seus torcedores que não deixaria a situação chegar ao ponto da que nocauteou o rival.
O Cruzeiro se atolou em dívidas que levaram à investigação policial, atraso de salários, rebaixamento inédito e perspectivas de não voltar à elite já em 2021, de tão fraco que é o time desse ano, com os cofres raspados.