O fato de D'Alessandro ter voltado para a Série B, quando podia ficar na Argentina e deixando a torcida do Inter com a lembrança boa de seus muitos títulos, cravou o seu lugar no panteão colorado.
Não se constrói um ídolo só com taças. Quem é mais ídolo no Grêmio, por exemplo, Paulo César Magalhães ou Iúra? Iúra, é claro.
Fabiano, o "Uh, Fabiano!", ganhou só Gauchão. Mas a atuação histórica no 5 a 2 em uma época de supremacia do rival deu a ele um lugar no coração da torcida. Com certeza, seu nome ficou mais registrado na história do que alguns campeões continentais, pelas circunstâncias históricas.
D'Alessandro uniu as duas partes: a razão, com títulos, e a paixão, que independe de ganhar ou perder. O torcedor se vê nele. Confia que ele fará o que for preciso, sempre além do máximo. Ele entra no top 10 do Inter, um clube com mais de 100 anos? Com certeza. E no top 5? Aí tenho minhas dúvidas.
Tesourinha (craque Melhoral), Carlitos (o artilheiro), Falcão (tornou o Inter conhecido no mundo), Figueroa (o líder cujo futebol Pelé admirava e que recitava Neruda) e Fernandão (o capitão de Yokohama) é um quinteto imbatível.
O tamanho de D'Ale permite que ele brigue com Figueroa (e Valdomiro) como quinto elemento, talvez, mas penso que o mais adequado é a partir do 6º lugar. Uma façanha, sem dúvida.