Toca o meu celular durante o Sala de Redação. É Luciano Hocsman, presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF). Melhor atendê-lo imediatamente. Poderia ser importante para o debate, e de fato era.
Só que, aqui em casa, em tempos de home office, o celular é objeto sagrado. Sem ele ligado a um aparelhinho milagroso chamado Irig - que eu apelidei de BID, até do boletim informativo diário a gente se te saudade sem futebol -, nada feito.
Pois agora? Como atender sem sair do ar, ainda mais na reta final do programa? Despluguei-me todo com uma agilidade que eu mesmo desconhecia. E se o Pedro Ernesto me chama? Bem, gente querendo falar não é exatamente o um problema no Sala. O fato é que falei com o presidente e ainda deu tempo de voltar para Sala de Redação.
Luciano Hocsman queria deixar claro o seguinte, agora que a ânsia pelo retorno do Gauchão nos invade, diante das notícias que apontam para achatamento da curva entre infectados e capacidade hospitalar, pelo menos no Estado. Não há data prevista para a volta: tal dia, mês, horário. Isso não tem, e nem seria razoável.
Mas existe, aí sim, dois cenários apresentados aos clubes. Um ainda em maio. Outro, em junho. Em ambos, portões fechados: o vírus não foi embora. Ele seguirá nos ameaçando enquanto não houver vacina, só que agora o sistema de saúde não correrá risco de colapso. A resiliência do isolamento nos tornou mais fortes em nossas rotinas possíveis.
A novidade é que estes dois cenários de volta do futebol gaúcho são do conhecimento do governador do Estado, Eduardo Leite.
GOVERNADOR - Eis aí algo importante. Eduardo Leite não é alheio ao drama específico do futebol. É xavante de carteira assinada. Antes de se eleger, comparecia ao Bento Freitas. Claro que, na hora de anunciar a regionalização do Estado em um plano responsável e científico de volta paulatina à nova normalidade, ele não vai tratar do futebol.
Há outras áreas essenciais antes. A construção civil, por exemplo, emprega ou desemprega aos montes. Mas Leite está atento ao futebol, através da FGF. Ele sabe que uma volta sem traumas do Gauchão, de forma responsável, cumprindo as regras de segurança possíveis no distanciamento, pode ser um belo cartão de visitas para todo o resto.