Vendo de fora, parece algo parece estranho no vestiário do Inter. O torcedor percebe. Manda e-mail. Questiona. Pergunta. Debate em redes sociais, descontadas as fake news. Os sinais exteriores estão aí. O destempero com adversários, expresso claramente no caso do centradíssimo e profissionalíssimo Marcelo Lomba.
A irritação de Patrick, quando entrou na segunda etapa. Aquela falta de D'Alessandro na bandeirinha do escanteio, quase ao fim do Gre-Nal, que poderia ter rendido até expulsão. A atitude de Rafael Sobis, indo mais cedo para o vestiário, antes de o jogo terminar.
Discussões acima do tom em campo, até entre companheiros. O cartão amarelo provocado por Nico López mesmo sem ter entrado em campo, para não viajar a Fortaleza. Não é normal. Fica a impressão de que os jogadores não aprovaram a saída de Odair Hellmann.
Naquele empate em 0 a 0 na Arena, em 2018, todo desfalcado, contra força máxima do Grêmio, o envolvimento coletivo foi ressaltado pelo país inteiro, de tão visível e solidário. Desta vez, no clássico 422, o Grêmio teve até mais roubadas de bola.
Não é corpo mole, que fique claro. Parece-me, isso sim, uma certa tristeza pela maneira como o ano poderia estar terminando e o jeito que terminará.
Pois o Inter e sua grandeza têm de espantar essa melancolia antes de embarcar para Fortaleza. O ano não acabou. Não pode ser tão improvável assim bater Ceará e Fluminense, os dois próximos adversários na luta por vaga na Libertadores. Faltam oito jogos. Não dá para disputá-los remoendo eternamente a perda da Copa do Brasil.