O Inter fez a sua parte com louvor em nome do Gre-Nal histórico que decidiria a Copa do Brasil. O Grêmio é que falhou. E falhou feio, ao levar 2 a 0 do Athletico-PR e cair nos pênaltis. Abriu vantagem de 2 a 0 na Arena e foi incompetente para confirmá-la em Curitiba. Mas falemos da grande noite colorada no Beira-Rio, que consagra um profissional tão criticado, mas capaz de montar um time competitivo em um momento complexo na história do clube, com enormes dificuldades para contratar: Odair Hellmann.
Como defendi sua permanência mesmo nos piores momentos, inclusive após aquela eliminação terrível para o Vitória, na Copa do Brasil do ano passado, quando a torcida queria sua cabeça, sinto-me autorizado a afirmar: ele é o grande responsável, entre erros e acertos normais para um jovem técnico feito ele, pelo fato de o Inter estar de novo disputando títulos, contra todas as expectativas. Ele e a direção, que não cedeu a tentação de demiti-lo quando os resultados ruins vieram.
Mesmo com vantagem do empate após o 1 a 0 no Mineirão, o técnico Odair Hellmann foi de Nico López em vez de Sobis. Não abriu mão da velocidade. Um enorme acerto. Equilibrou o time. Sempre houve saída rápida pela esquerda. Os gols de Guerrero são a prova. O uruguaio tirou o time de trás. Driblou. Girou. Inverteu a jogada. Achou D’Ale na área, e este explodiu em talento para dominar, antes de servir Guerrero.
No outro gol do camisa 9, bucha que justificou o esforço para desconvocá-lo da seleção peruana, o passe é de Nico. Com gente por perto, e não isolado, Guerrero voltou a decidir. O primeiro tempo foi tenso, mas o Inter soube se defender, sempre com sete atrás da linha da bola. Nunca perdeu o controle. Foi metódico, organizado e cerebral.
Após abrir o placar, adonou-se do jogo. O Cruzeiro teve de se expor. Deu espaço. O 3 a 0, com toque de cobertura de Edenilson e lançamento de Víctor Cuesta, um zagueiro que sabe trocar passes e esticar uma bola, coroou uma atuação de gala na segunda etapa.
A história está nas mãos do Inter de Odair, que leva o clube a uma decisão apenas dois anos após o martírio da Série B. Se vai ganhar é outro papo. Será duro encarar o valente e surpreendente Athletico-PR do gaúcho Thiago Nunes na final. Mas recolocar o Inter em uma decisão nacional é um feito que merece reconhecimento.