Antes mesmo da bola rolar, o Beira-Rio já pulsava em clima de festa. E não era pela vantagem construída ainda em Minas Gerais, no jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil, mas sim pela eliminação do Grêmio para o Atheltico-PR, horas antes, em Curitiba.
— Eu sou colorado, mas pensei que o Grêmio passaria para a final. Então, para nós, é como se fosse uma vitória nossa — resumiu Matheus Ribeiro, torcedor que veio de Canoas.
O sentimento era compartilhado pelos mais de 45 mil colorados que compareceram ao estádio com a certeza da classificação.
— A derrota do Grêmio motivou principalmente a torcida, que empurrou o time — comentou Vagner Nascimento, de Cachoeirinha.
Os minutos iniciais, no entanto, trouxeram certa apreensão às arquibancadas. Principalmente quando Pedro Rocha ficou cara a cara com Marcelo Lomba. E depois, quando David tirou tinta da trave em chute de fora da área.
— O Cruzeiro tem um bom time, é perigoso e chuta muito bem de fora da área. Mas o jogo estava controlado, o Inter também criou — minimizou outro colorado, Augusto Luz, com fone nos ouvidos.
Se a confiança era grande, o gol de Paolo Guerrero, aos 39 minutos, tratou de tranquilizar as arquibancadas ainda mais.
— Ele (Guerrero) estava mal no início do jogo, mas nós precisamos dele. Quem está bem é o Nico. Agora que ele voltou a fazer gol, vai deixar o dele no segundo tempo para fechar o caixão — sentenciou Murilo Flores, de Montenegro.
Dos pés do uruguaio, contudo, veio o passe para que Guerrero estufasse a rede de Fábio. E, quando a vitoria já era certa, veio o gol de Edenilson nos acréscimos, decretando os 3 a 0 e o brinde final à uma noite que já havia começado com festa bem antes de a bola rolar.
— O Inter passou por um momento de superação hoje (quarta-feira), depois de ter sido eliminado da Libertadores. Estou muito feliz e muito confiante de que a Copa do Brasil será nossa — festejou Aline Melo, de São Leopoldo, enrolada em uma bandeira do Rio Grande do Sul com um emblema colorado no centro.