Com postura completamente diferente da eliminação na Copa do Brasil, o Grêmio fez 4 a 1 no Cruzeiro, na manhã deste domingo (8). O zagueiro Kannemann resumiu bem: foi uma virada de página. A resposta após a pancada dura contra o Atlhetico-PR se revelou melhor do que a encomenda. Renato mexeu no time em duas posições, e acertou em ambas. Trocou André por Tardelli. E Rômulo por Michel. A repercussão para o time foi da água para o vinho.
Tardelli flutua por trás dos volantes. Recua. Assim, ajuda na grande virtude do Grêmio: a posse de bola com qualidade. Se o lance não se apresenta lá na frente, vem buscar. Michel é muito menos do que Maicon para iniciar a transição, mas é muito mais do que Rômulo.
Estas duas novas peças se revelaram fundamentais para a ótima atuação no Independência. O jogo de Tardelli foi de luxo. Criou, ajudou a defender atrapalhando a saída de jogo do Cruzeiro e marcou um golaço de letra.
Michel acertou passes e se mexeu. Ambos saíram apenas por cansaço, na segunda etapa, quando o Cruzeiro já estava batido.
Além da retomada coletiva, com mais foco, marcação encurtada e solidariedade defensiva, tiveram atuações individuais importantes, na projeção do grande desafio tricolor na temporada: chegar até as semifinais contra o Flamengo, daqui a um mês, com estabilidade de rendimento, sem as oscilações preocupantes da temporada.
Tardelli foi tão bem que não pode deixar de ter a mesma sequência dada a André. Rômulo, até o retorno de Maicon, sobrou ao lado de Matheus Henrique. Galhardo, péssimo na Baixada, fez boa partida, especialmente no ataque. É dele a assistência para o golaço de Tardelli. Falta encorpar na defesa, mas melhorou. Com Leonardo Gomes e Léo Moura gravemente lesionados, será ele o lateral-direito contra o Flamengo.
Paulo Victor, que ainda não ganhou a confiança da torcida, operou ótimas defesas quando exigido. Deu até tempo para Renato se aproveitar da crise medonha do Cruzeiro e colocar Pepê e Luan para dar-lhes confiança. Por pior que seja o momento do Cruzeiro, 4 a 1 em Belo Horizonte não é todo dia. Página virada, insisto, agora vem o desafio maior até do que somar pontos no Brasileirão: não oscilar e manter o bom nível para o grande enfrentamento de Libertadores.