O Grêmio deve sua vantagem sobre o Athletico-PR na semifinal da Copa do Brasil, a partir da vitória de 2 a 0, na Arena, ao seu meio-campo. E, sobretudo, a um jogador: Jean Pyerre. Ele desarma como volante, no início do lance do primeiro gol. E faz o segundo como armador clássico, cobrando falta. Atuação coletiva gremista madura, de alto nível. O Grêmio cresce no momento decisivo, na experiência de seu grupo vencedor.
O primeiro tempo foi de Gauchão. O Grêmio impôs seu jogo, de posse de bola e insistência, no campo do adversário. O Athletico-PR, sem Nikão e com o veterano Lucho para se defender, ajudou o Grêmio a atacar. De 10 finalizações, seis foram chances ou situações de gol, incluindo a conclusão de cabeça de André, após mais uma entre jogada imprevisível de Everton. O Grêmio arriscou-se sem sofrer no contra-ataque. Quando perdia a bola, recuperava em seguida.
Como fez isso? Solidários, Jean Pyerre (é dele o desarme que resulta no gol de André), Alisson e Everton ajudavam Maicon e Matheus Henrique, numa agressiva de marcação. Na volta do intervalo, Tiago Nunes soltou seu time sem substituições, adiantando Lucho, pela direita. A postura fica menos defensiva. O Grêmio dá um um pouco de campo ao Furacão. Natural, com a vantagem no placar. Há uma equipe do outro lado. Aos 20 minutos, Tiago troca Marco Ruben por Nikão. Opta por movimentação.
Renato contrapõe com fôlego novo: Tardelli no lugar de André. A partir daí, o Grêmio passa a trabalhar melhor o espaço concedido pelo Athletico-PR, cuja viagem ao Japão cobrou ser preço. O Grêmio poderia ter goleado. Não sofreu na defesa, com Geromel e Kannemann soberbos no mano a mano. Agora são os dois, Grêmio e Inter, com um pé na final. O Gre-Nal do fim do mundo está perto.