Em tese, é sempre melhor ser mandante no segundo jogo em torneios mata-mata. Se algo dá errado fora, o fator local e o apoio da torcida são estímulos poderoso para cenas épicas, como a virada do Inter sobre o Palmeiras, por exemplo.
Mas, contra fatos, não há argumentos. Não se trata de um fim em si mesmo. Depende do estilo de cada time. Daí o título da coluna.
O Grêmio de Renato Portaluppi, que se acostumou a ter mais posse de bola dentro e fora de casa, tende a sentir menos o fator local. Repete o seu modelo de jogo sem identificar estádio. Portanto, não faz diferença abrir a semifinal contra o Athletico-PR na Arena (14/8), fechando na Baixada (4/9). Tanto faz.
É o que indica sua história recente. Ergue a taça da Libertadores fora de casa, contra o Lanús. Ganha a Copa do Brasil 2016 no Mineirão, naquele 3 a 1 em cima do Galo.
O jogo da volta foi na na Arena, eu sei: 1 a 1. Mas repare que os dois grandes títulos do Grêmio de Renato Portaluppi são decididos, dentro do confronto, fora de casa.
Já o Inter de Odair Hellmann se transforma no Beira-Rio. É só ver com eliminou o Palmeiras. Exagerou na tese de voltar vivo do Allianz Parque, sem D'Alessandro e com quatro jogadores de marcação forte no meio-campo.
Trouxe derrota mínima para Porto Alegre e reverteu com ampla superioridade. Não fosse o VAR, nem precisaria dos pênaltis. Enfrentar o Cruzeiro no Mineirão (7/8) sabendo que ainda haverá o Beira-Rio (4/9), quase um mês depois, é bom para o Inter de Odair.
De quebra, dá para "pagar" a suspensão de D'Alessandro fora de casa, já que a opção tem sido mesmo preservá-lo para os jogos no Beira-Rio.