A contratação do atacante Luciano, contrato de três anos, é uma prova de como o Grêmio reconquistou poder no cenário nacional. Os títulos recentes e os dois anos de superávit, revelando e vendendo jogadores por uma fortuna, aumentaram o seu cacife.
O Atlético-MG também queria o atacante do Leganés, emprestado ao Fluminense. O Grêmio se negou a fazer leilão, mas foi só aumentar um pouco a proposta e o Galo já tirou o time de campo. Não foi diferente com Tardelli.
A certeza de que vai receber é um grande diferencial. O mercado e os jogadores enxergam o Grêmio como um lugar organizado, estável e de confiança. Nem sempre foi assim. Hoje, é. A proposta envolveu a compra de 50% dos direitos econômicos de Luciano, 26 anos, por R$ 4 milhões. O time espanhol ficará com a outra metade.
Desde 2018 nas Laranjeiras, ele é o artilheiro do time na temporada, com 15 gols em 31 partidas. A contratação de Luciano mostra, também, o quanto Renato tem convicção de que a figura do centroavante de área, em vez do falso 9, é mais apropriada para o Grêmio.
Ao perder Felipe Vizeu lesionado no joelho para o resto do ano, o técnico exigiu reposição imediata. Luciano chega, no mínimo, para fazer sombra a André, que terá de fazer gols se não quiser perder a titularidade. No Fluminense, o novo reforço vinha balançando as redes.
Felipe Vizeu veio da Europa. Estava na Udinese. Luciano pertencia ao Leganés-ESP, embora emprestado ao Fluminense. Clubes pequenos, eu sei, mas são negócios em euro. A cotação é mais de quatro por um. O próprio André não foi barato.
Nem Marinho, hoje no Santos, que veio da China por R$ 8 milhões. Poucos clubes brasileiros poderiam pagar um salário alto assim, com luvas, para Diego Tardelli, que era ídolo no futebol chinês, ao final de seu contrato lá.
Só os milionários Palmeiras e Flamengo, talvez. E o poderoso Grêmio construído por Romildo Bolzan em quase cinco anos de gestão como presidente. Se Luciano e os outros reforços vão dar certo é outra história, mas o fato é que o Grêmio teve bala na agulha, como se diz na gíria popular, para contratá-los.