Reclamações sobre as más condições do gramado da Arena não são novidade. As de Messi ressoaram mais pela sua grandeza planetária. No empate do Uruguai com o Japão, também Suárez fez críticas. E, antes, o próprio Renato, com a anuência do capitão Maicon. No lance referido por Messi, dá para ver claramente a bola tomando impulso em uma saliência, no instante anterior ao chute lá na Ponte do Guaíba. Algo tão exótico na rotina de um gênio que é mesmo de pôr a culpa no campo.
A Arena Porto-Alegrense deu explicações convincentes para as más condições, do ponto de vista técnico. Só que o problema é exatamente este: explicação demais. Se volta e meia é preciso uma tese para entender a situação do gramado da Arena, é por que algo não foi bem projetado lá atrás. Desde as capitanias hereditárias há umidade, chuva e frio por estas bandas, nem sempre com visitas regulares do sol. Em um estádio de alto nível, o gramado tem de ser solução sempre – e não problema.
E Renato?
Quem deve andar preocupado com a advertência de Messi é Renato. Além do jogo da Seleção, quinta-feira, o gramado da Arena ainda será pisoteado em uma das semifinais, sete dias antes do primeiro jogo contra o Bahia, pelas oitavas da Copa do Brasil.
Haverá tempo de as irregularidades serem corrigidas sem prejuízo ao estilo de jogo do Grêmio, que é de bola no chão e troca de passes, contra um Bahia mais de reação e contra-ataque? O piso do Beira-Rio, que também recebeu críticas no amistoso com Honduras, terá um período de inatividade para se recuperar. A Arena, não.