Longe de jogar mal, o Inter perdeu para o Palmeiras por 1 a 0. Muitos serão derrotados no Allianz Parque. A força do time de Felipão é reconhecida em casa. A derrota veio apenas em uma bola parada, em um cochilo grave da defesa, que permitiu a Deyverson fazer o gol de cabeça a 14 minutos do primeiro tempo. Se atuar sempre assim, o Inter brigará por G-4, no mínimo. Mas para pensar em título, a régua sobe.
O fato é que o Inter perdeu e, mesmo tendo encerrado o jogo com 59% de posse de bola (percentual ainda maior no segundo tempo), não se pode dizer que o Palmeiras desmereceu o seu triunfo.
O que faltou, então?
Essencialmente, faltou o drible que precede a jogada final, lá na frente.
Salvo outra questão, eu não tiraria Nico López (Parede entrou no intervalo) justamente por isso. Mesmo que não tenha conseguido o drible nos 45 minutos iniciais, se há alguém com essa característica no Inter, esse alguém é o uruguaio.
Até fazer o seu gol, o Palmeiras espremeu o Inter. Marcou alto. Nesse momento do jogo, o time de Odair teve dificuldades de escapar do garrote com bola no chão. O gol do Palmeiras nasce desse volume, e não tanto pelo criação. O Inter marca bem.
O problema é que, a partir daí, Felipão foi Felipão.
O Palmeiras fez o resultado e recuou para sair no contra-ataque, apoiado em um meio-campo forte, com Felipe Mello, Bruno Henrique e Zé Rafael. Scarpa, que no Fluminense não marcava ninguém, agora comete faltas e funga no gangote.
Parte da posse de bola do Inter no segundo tempo decorre deste cenário. Faltou aquele lance agudo, apesar de boa qualidade na hora de trocar passes lateralmente. Houve tramas pelos lados, mas o Inter dependeu do cruzamento para ameaçar. Contra defesas fechadas, além de passes rápidos para abrir espaço, há um momento em que o drible é chave, para desencaixar a marcação adversária.
Este foi o grande pecado do Inter no Allianz Parque. Faltou o drible.
Quando D’Alessandro entrou na segunda etapa, no lugar de Sarrafiore, Odair mudou o sistema. Saiu do 4-1-4-1 para o 4-2-3-1, centralizando D’Ale, abrindo Patrick e Parede, além de recuar Edenilson ao lado de Edenilson, sempre com este saindo mais. A posse de bola tornou-se mais rápida e objetiva, mas sem obrigar Weverton a ser salvador da pátria.
Tivesse o drible surpreendente, aquele capaz de desencaixar o bem postado Palmeiras, o Inter teria melhor sorte, em vez de amargar a segunda derrota no Brasileirão.