Estive em Santiago, na cobertura integrada de ZH, GaúchaZH, Diário Gaúcho e Rádio Gaúcha do desterro tricolor contra a Universidad Católica. A visão dos chilenos sobre o Palestino é ótima. Difícil encontrar alguém que fale mal.
O clube é pequeno e sem torcida, eles ressalvam sempre, mas o time é bom e gosta de fazer gols. Colocam-no ao mesmo nível da Católica, inclusive. E adiante do Colo-Colo, o grande clube do país. Neste momento, claro.
Mas e o 5 a 0 da Católica sobre o Palestino, semanas atrás, na final da Supercopa do Chile? Teria sido daqueles jogos em que dá tudo certo para um e errado para o outro. Romildo Bolzan, antes do jogo do Grêmio, disse-me que ouviu os mesmos relatos acerca do Palestino.
O adversário colorado da noite desta pouco usual terça-feira de futebol não é galinha morta. Ainda mais depois de empatar com o River, em Nuñez. É o confronto entre o líder e o vice-líder do Grupo A.
Se o Inter vencer, terá feito seis pontos em cima deste clube erguido pela maior colônia árabe do mundo, que fica no Chile. Fazer 100% de aproveitamento sobre o Palestino, que vem tirando pontos de todos na Libertadores, pode ser o fiel da balança colorada no Grupo A.
ELES NÃO TÊM MEDO
O Beira-Rio transbordará. A excitação colorada é notória e justificada. É noite para garantir vaga às oitavas e encarar os Gre-Nais decisivos do Gauchão sem esse peso. O caldeirão vai rugir, na expressão criada por Fernando Carvalho, presidente campeão mundial em 2006. Mas é bom saber o seguinte: esse surpreendente Palestino não se assusta com torcida adversária. A paciência, se não sair matando como diante do River, será um exercício. O empate em Buenos Aires foi com portões fechados. Não conta, sob esta ótica. E os outros jogos?
"OS ÁRABES NÃO SÃO FÁCEIS"
O La Cisterna, estádio do Palestino, é menor do que o Passo D’Areia. Eu vi. Os chilenos são visitantes eternos nesta Libertadores. A goleada de 3 a 0 sobre o Alianza Lima teve de ser no David Arellano, estádio do Colo-Colo. Lá, cabem 47 mil. O público não passou de 10 mil, boa parte peruanos que invadiram Santiago.
Nos mata-mata classificatórios, o Palestino não perdeu para o Talleres, em Córdoba, dando de ombros para a fanática torcida argentina. No Atanazio Girardot, exibiu frieza de serial killer para matar o Independiente Medellín nos pênaltis. É como dizem, carinhosamente, os chilenos sobre o Palestino: "os árabes não são fáceis".