Na minha coluna de terça-feira, avisei que o Palestino não treme com estádio cheio. No momento em que a intensidade do Inter caiu, como já havia acontecido contra o River, o adversário cresceu e complicou. Só que, nesta terça-feira, havia um centroavante incomum para reencontrar a vitória quase entregue outra vez.
Depois de abrir 2 a 0 em meia hora, com uma atuação luxuosa, tabelando por baixo, triangulando como poucas vezes se viu esse ano, criando gols ora pela direita (Patrick), ora pela esquerda (Paolo Guerrero), por dentro e pelos lados, o fenômeno se repetiu.
O Palestino desconta em gol nascido de bola parada. Empata na largada do segundo tempo, em desatenção dos zagueiros. E o Inter passa a sofrer. Perde força e fôlego. Dá espaço. Descompacta. A lesão de Dourado, antes do primeiro gol do Palestino, ajudou o Inter a se perder no meio. Patrick e Edenilson, como meias, foram sublimes no começo, mas caíram na segunda etapa. E, sem o tripé de apoiadores, a mecânica se foi.
Aí Guerrero fez toda a diferença. Cruzamento de Nico, em outro show pessoal (três assistências), cabeceio solitário do peruano. Gol e classificação às oitavas da Libertadores. Caro? Mal estreou e Paolo Guerrero já se pagou. Mas fica a lição para pensar em título. O futebol do Inter não pode durar 40 minutos. O jogo tem 90, fora os acréscimos.