Insisti, durante a semana, que Renato e Odair teriam as chaves para decidir o Gre-Nal 419. Técnicos e jogadores se conhecem. Já se enfrentaram muitas vezes. Não há mais coelhos da cartola a tirar. O pulo do gato seria a leitura para perceber, no calor do jogo, a fragilidade do adversário.
Foi o que se viu: xadrez. Renato carregou o seu ataque esquerdo de ataque, em cima de D'Alessandro e Zeca. Leonardo Gomes, o lateral goleador, mal passou do meio-campo. Cortez virou atacante, portanto. Passou livre algumas vezes, mas faltou qualidade no cruzamento.
Odair percebeu o veneno de Renato. E usou a conversa na parada técnica, motivada pelo calor de 31 graus, para aplicar o antídoto. Odair inverteu as beiradas.
Trocou Nico López e D'Ale de lado. O vigor de Nico socorreu Zeca, bloqueando a avenida por onde o Grêmio, cedo ou tarde, abriria o placar.
O uruguaio não brilhou no ataque, graças a atuações sublimes de Geromel e Kannemann, que também sufocaram Guerrero. Mas, taticamente, ele recolocou o Inter no jogo. Com Patrick e Iago, após a inversão, revivendo o trio do começo de 2018, D'Ale cresceu.
Matheus Henrique foi mais volante do que meia, para encurtar espaços de Patrick e Edenilson e liberar Maicon. Este não conseguiu encaixar o seu passe criador. Jean Pyerre conheceu uma vigilância que nunca tinha experimentado, mas quando livrou-se dela, mostrou talento. Parecia xadrez.