Não lembro de uma atuação do Grêmio de Renato com tantos passes errados como na noite medonha desta quinta-feira (4), em Santiago do Chile. Este, precisamente, foi o pecado mortal tricolor na derrota para a Universidad Católica por 1 a 0.
O outro, tão grave quanto, está numa inexplicável falta de volúpia para marcar, recompor, se movimentar e encurtar espaço. Tudo o que o Grêmio, durante a semana, insistiu ser fundamental retomar. A lentidão, para defender e atacar, enterrou o Grêmio na Cordilheira dos Andes. Michel e Maicon eram ultrapassados a todo momento por qualquer jogador que viesse de trás.
Fuenzalida, aos 34 anos, flanou da direita para o meio como quis, ganhando até na corrida de seus marcadores. Renato optou por Tardelli e Montoya. Pensou naquele desenho vencedor, com um dublê de Ramiro para ser mais forte. Só que ocorreu o inverso. Pinares, como meia central, flutuou atrás dos volantes do Grêmio como quis. A falência do meio resultou na exposição de Geromel e Kannemann. Geromel não subiu no gol de Sáez, mas e antes?
Antes, a Católica trocou passes na frente de área como quis. Renato, que desta vez demorou a mexer no time em uma partida que claramente exigia um choque, demorou a colocar Jean Pyerre e André, tirando Luan e Tardelli. Matheus Henrique ficou no banco o tempo todo.
É preciso cabeça no lugar e respeito ao poder de reação de um Grêmio vencedor, mas talvez seja caso de cirurgia para espantar a pasmaceira e ao menos tentar a vaga na Libertadores.