Parece mentira que Fernandão teria completado 41 anos nesta segunda-feira (18). Família e torcedores do Inter multiplicaram lindos gestos espontâneos pelas redes sociais. Em junho, serão cinco anos da morte injusta e inaceitável de um homem que, aos 36 de idade, estava radiante com a chance de passar mais tempo com os filhos.
Quatro dias antes da tragédia aérea que o vitimou, estive com ele. Foi no amistoso da Seleção Brasileira contra o Panamá, no Serra Dourada, antes da Copa de 2014. Ele chamou, ao me ver nas tribunas de imprensa.
A relação do capitão colorado com os jornalistas de sua confiança era franca e aberta. Eu era setorista de ZH no Beira-Rio, em 2006. Caminhei em sua direção. Conversamos na grade que dividia o espaço da torcida, onde ele estava com os gêmeos Enzo e Eloá.
Filho
Após atualizarmos as novidades — Fernandão queria saber tudo aqui da aldeia —, voltamos para os nossos lugares. O jogo ia começar. Por algum motivo, voltei para uma última foto. Sem que ele notasse, registrei-o comendo pipoca com os gêmeos. Típica cena de uma família feliz. Três dias depois, a morte estúpida.
Guardei aquela imagem no Serra Dourada, talvez a última de Fernandão. Vida que segue. A família adaptou-se a Porto Alegre. Enzo está animado com o seu primeiro ano de juvenil no Inter. É centroavante. Já tem um título de Gauchão sub-15. Aos 15 anos, mede 1m80cm — só 10cm a menos do que o pai. As semelhanças, não só físicas, mas de temperamento, impressionam.
Ouviremos falar de Enzo, podem apostar.