Michel deixou o treino do Grêmio desta quinta-feira (28), no CT Luiz Carvalho, com dores no tornozelo. Saiu de carro-maca. É o mesmo tornozelo que o deixou fora durante meses no ano passado. Se ele desfalcar o time na estreia da Libertadores, contra o Rosario Central, na quarta-feira de cinzas, o prejuízo é grande.
Rômulo, o substituto imediato da posição, deu resposta nada além de mediana mesmo contra times fracos do Gauchão. Não aproveitou bem as chances recebidas. Passou muito tempo sem atuar no Flamengo, então é natural que precise de um período de adaptação. Mas é fato que suas atuações foram bem abaixo de Michel.
Além da bola aérea qualificadíssima, Michel conhece Maicon pelo olhar. Ele fica mais, liberando o capitão para armar o time com Luan. E, com a bola, tem exibido qualidade no passe, mesmo guardado mais posição em relação ao que fazia Arthur, por exemplo.
Poucos lembram, mas ao final do Brasileirão 2017, Michel ganhou uma Bola de Prata, de tão bem que foi. Para se ter ideia, Maicon ficou de fora da seleção, eleita a partir da média de notas nas 38 rodadas. Do Grêmio, ele, Geromel e Luan foram os premiados. A dupla de volantes foi Michel e Hernanes.
Depois, Michel acumulou lesões até retornar no fim do ano passado, com direito a gol de cabeça na vitória por 1 a 0 sobre o River Plate, na semifinal da Libertadores, em Buenos Aires. Começou 2019 muito bem, dando segurança defensiva ao meio-campo. Ele pode não aparecer tanto assim para o time como as estrelas, casos de Everton, Luan e até Maicon. Mas é essencial na hora de marcar forte, pois sabe sair jogando com qualidade também.
Rômulo esteve em campo na vitória de 4 a 0 dos reservas sobre o Novo Hamburgo. Não foi exigido. No empate diante do Aimoré, acabou substituído por Lincoln. Seu melhor desempenho foi no 3 a 0 sobre o Caxias, no Centenário, ao lado de Matheus Henrique, destaque ao lado de Pepê naquele domingo. Depois, voltou a campo no empate ruim sem gols contra o Brasil-Pel. Foi mal. Em oito rodadas, quatro participações. Não tem sido usados nas últimas partidas.
Renato pode escalar Matheus Henrique em seu lugar, retomando o modelo Maicon/Arthur. Perderá muito em altura e força de marcação, ganhará em troca de passes e criação.
Outra: se escolher Matheus Henrique, o argentino Montoya, em vez de Marinho, não pode ser opção para compensar a perda de força de marcação no meio, fora de casa, em estreia contra um clube argentino?
Não é tão simples assim substituir o bom e eficiente Michel, que joga para o time e ajuda a promover o brilho das estrelas do Grêmio.