É mais ou mesmo assim: quando a pior atuação do ano exibe 70% de posse de bola, mais finalizações (12 a 5) e no mínimo quatro gols perdidos, o que dirá quando o padrão das goleadas em série retornar?
Um Grêmio desfigurado, com muitos reservas, ficou no 0 a 0 com o Xavante. Não foi um bom jogo, embora elétrico e movimentado. O interino Victor Hugo Signorelli escolheu Michel e Rômulo com volantes. São jogadores de perfil parecido, que normalmente exercem a primeira função.
O meio-campo perdeu dinâmica. Tornou-se lento e burocrático, com erros de passes além do normal. Marcado, Jean Pyerre não conseguiu ser praticamente o único criador do setor. Mesmo assim, a qualidade individual do time misto do Grêmio, associada à pior equipe xavante em muito tempo, fez o Grêmio produzir mais. A possibilidade de queda do Brasil-Pel, dessa vez, é bem real. Será preciso uma revolução nas próximas quatro rodadas.
O jogo se deu pelo lado esquerdo do Grêmio. Por ali, Juninho Capixaba (erradamente expulso ao não simular uma falta) e Pepê não conseguiram compensar no ataque a inoperância defensiva. Capixaba, especialmente, é um na frente e outro atrás. Pepê perdeu três gols, com lindas defesas do goleiro Carlos Eduardo. Se quiser ser titular do Grêmio, não pode falhar tantas vezes na cara do gol.
Paulo Miranda, mais um vez, foi o destaque. Parecia um Geromel ao lado de Kannemann. Firmou-se como substituto seguro para a dupla de zaga titular. Felipe Vizeu, sem abastecimento, só teve um chute na direção do gol. Pouco. Leonardo Gomes tem fôlego e vigor, mas com a bola do pé o torcedor deve sentir saudade do quarentão Léo Moura.
Não foi aquela exibição do Grêmio das outras rodadas, mas ainda assim a pior atuação do ano só pode ser assim definida em razão da régua alta deixada pela anteriores, que encantaram o país. Diante deste cenário, dá até para festejar a invencibilidade e liderança mantida fora de casa.