Se melhorar, estraga. Nem em sonho o Grêmio poderia imaginar um começo de ano tão perfeito. Lidera com folga em pontos e superioridade técnica sobre os adversários. Os números impressionam. São 15 gols em cinco jogos. Tabela três por rodada, portanto. A defesa só levou um gol. Sempre é arriscado fazer previsões, mas o time se Renato Portaluppi, titular ou reserva, só não fechará a primeira fase em primeiro lugar se alguma reversão lendária acontecer. Improvável.
Além de rodar o elenco em bom nível, o técnico está estreando os reforços aos poucos, como manda o figurino. No domingo (3) foi Vizeu, fazendo e gol e condenando André definitivamente para o fim da fila de centroavantes. Antes, Montoya. O melhor desta largada, para o Grêmio, é a consolidação do estilo de jogo. Com titulares ou reservas, o padrão de troca de passes em progressão e muitas finalizações se repete. As diferenças, e até surpresas, estão no ritmo e na parte física.
É anormal uma reposta assim tão rápida. Os outros grandes do Brasil não estão tornando tudo fácil assim.
É o cenário desta alvorada de 2019. Se vai continuar assim é outra história, mas no momento é isso: se melhorar, estraga, ao ponto de Renato se permitir fazer o curso Licença A da CBF em fevereiro, deixando o time nas mãos de seu segundo auxiliar por duas rodadas.
Dublê de Maicon
Além de Pepê, dois belos gols e uma bola no travessão, além da ajuda a Juninho no aperto do primeiro tempo, contra Bruno Alves, outros dois jogadores tiveram atuação luxuosa no Centenário. Matheus Henrique jogou por ele e Jean Pyerre, que, bem marcado, rendeu pouco. Matheus foi um perfeito dublê de Maicon, até indo além: o primeiro gol nasce de uma jogada dele de flanco e drible, puxando contra-golpe. Como Maicon não costuma suportar uma temporada inteira a pleno, é uma evolução promissora.