Está difícil parar o Grêmio no Gauchão. Em cinco rodadas, foram quatro goleadas e apenas um empate. Neste domingo (3), a vitória de 3 a 0 foi sobre o Caxias, no Centenário, com a equipe considerada reserva. Mas para Renato Portaluppi, não existe esta diferenciação entre os times.
— Eu treino um grupo, não treino uma equipe. Tem uma equipe que tem jogado alguns jogos e tem dado conta do recado. Outra equipe tem jogado outro tipo de jogo e também tem dado conta do recado. Meu grupo está de parabéns. A gente sabe como é difícil jogar aqui em Caxias, mas nossa equipe, em primeiro lugar, fomos competitivos, depois a parte técnica decidiu — disse o treinador.
Os dois primeiros gols foram marcados por Pepê. O terceiro, que fechou o placar, saiu dos pés de Felipe Vizeu, que saiu do banco de reservas, entrou no lugar de André, e conseguiu marcar pela primeira vez com a camisa tricolor. Sobre a disputa no ataque, o técnico elogiou os três centroavantes do grupo.
— Estou satisfeito com os três: com Jael, Vizeu e André. Para falar a verdade, gostei muito do André hoje, principalmente no segundo tempo. É um jogador que está readquirindo a confiança e o futebol. É o que eu falo: jogador não desaprende. Essa confiança que ele está voltando a ter é importante. Hoje, ele não fez gol, mas foi importante na parte tática. No gol do Pepê ele brigou, poderia ter tentado chutar, mas serviu o companheiro. Estou dando chance para todos eles. É o jogador que se escala. Tenho que passar confiança para todos — comemorou.
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Sobre o bom início
"Eu costumo falar pra vocês, não tem outra palavra: trabalho. A maioria dos grandes do futebol brasileiro está tendo uma certa dificuldade. Por um lado, é normal. Os grandes estão voltando de férias e as equipes pequenas estão trabalhando há mais tempo. Por outro, cabe você trabalhar para colocar a equipe em campo e buscar os resultados. Não adianta eu ficar falando dos outros adversários. Preciso me preocupar com o Grêmio. O Grêmio vai muito bem, obrigado. O próprio presidente com a diretoria achou que ia jogar a transição. Eu pedi permissão para fazer os jogos, treinar minha equipe. Deu certo o planejamento, esperamos que continue assim. O Campeonato Gaúcho é difícil, bastante disputado. Eu gosto do Campeonato Gaúcho. O objetivo do Grêmio é brigar pelo bicampeonato.
Sobre as goleadas
"É mais uma prova que o Grêmio sempre joga para ganhar. Não estou puxando para o lado do Grêmio. Nestes dois anos que estou aqui, sempre armo minha equipe pra ganhar, para jogar no campo do adversário, para fazer gols. Não é à toa que começamos o ano tendo o melhor ataque do Brasil. Não são gols achados. Nossa equipe trabalha as jogadas, faz os gols. Se hoje estamos com o melhor ataque do Brasil, é por que a gente trabalha. A maior prova é que muitos clubes grandes não começaram tão bem os estaduais. O Grêmio, não. O Grêmio vai muito bem em todos os sentidos.
Sobre o a capacidade defensiva de Juninho Capixaba
"Hoje, ele foi bem. O problema é que o adversário era chatinho, bom jogador. Foi um teste bom pra ele. Ele está se adaptando bem. Falei pra diretoria que não precisávamos mais nenhum lateral ali. Temos o Cortez e o Juninho. O clube está tentando acertar a contratação dele. Ele era meia, foi deslocado para a lateral e melhorou bastante em termos de marcação. Em uma ou outra jogada o adversário criou ali, mérito dele. Era um bom jogador."
Sobre conversar com os jovens do grupo
"Eu converso muito com os garotos, seja no vídeo para corrigir, para aplaudir quando fazem as coisas certas, nos treinamentos. Quase todos os dias eu converso com eles, para mostrar o posicionamento, a melhor maneira de fazer a jogada, a conclusão, para voltar para marcar. Eu já tive essa idade também, nessa idade a gente precisa de orientações, então procuro orientá-los de todas as formas. Tem dado certo e tem nos ajudado. O Grêmio tem formado bastante jogadores nesses anos pra cá. O clube precisa dos garotos, daqui a pouco economiza, vende. Outro dia mesmo, estava falando com o presidente. Nesses últimos tempos, formamos jogadores, vendemos jogadores. ganhamos títulos. Todos os clubes gostariam de estar no lugar do Grêmio".
Artilharia do Pepê
"Bom pra ele e bom pra equipe. É um jogador que se entrega, vem amadurecendo, vem crescendo. Mas no nosso grupo, não importa se é goleador ou se não é. O importante é o jogador fazer os gols, servir os companheiros para conseguirmos as vitórias"