Polêmicas e velhacarias medonhas da Conmebol à parte, a verdade é que o River Plate é o melhor time do continente sul-americano. Joga com bola no chão, pressionando, apostando na posse de bola, operando em triangulações e sempre buscando o gol.
Foi um jogaço neste domingo, no Santiago Bernanbéu. Mesmo antes de o colombiano Barrios ser expulso no começo da prorrogação, deixando o Boca Juniors com um a jogador a menos na inédita, esdrúxula e sem cabimento final da Libertadores da América em Madri, na Espanha, terra dos colonizadores de outrora, no pior emblema possível, ainda antes deste cartão vermelho e da vantagem decorrente dele, o River já tinha colocado o rival na roda.
É só analisar os gols. Os de Lucas Pratto e Quintero são resultado de lindas jogadas de futsal, bola de pé em pé, com velocidade de execução. O do Boca sai no velho e antigo contra-ataque, através do abençoado Benedetto. Um contra-golpe que só aconteceu por que o River, tentando jogar sempre, erra o passe, projetado à frente, e abre o campo para adversário. Belo contra-ataque, verdade, com drible lindo de Benedetto antes de tirar do goleiro Armani. Ele fez o gol que Everton errou na Arena.
O Boca tentou bravamente pelo alto, na base da segunda bola, sonhando com um rebote que veio no chute na trave, quase no finzinho. O terceiro gol do 3 a 1, marcado nos acréscimos pelo mesmo Pitty Martínez que mudou o jogo contra o Grêmio na Arena, saiu mais na desordem do Boca, nos acréscimos da prorrogação, quando até o goleiro Andrada pagava uma de centroavante. Pior: o título dá ao River vaga na Libertadores 2019.
O título do River é péssimo para os brasileiros, por garantia uma vaga na Libertadores 2019 que o time de Marcello Gallardo não tinha conquistado via campeonato nacional ou Copa da Argentina. Grêmio e Inter, portanto, terão de enfrentar um tetra da Libertadores em 2019. Uma grife que, se não sofrer desmanche agora (Pitty deve ir para o Atlanta, dos EUA), entra na competição como uma das favoritas.