Cheguei na quinta-feira (18) à tarde a Buenos Aires, onde ficarei até o dia seguinte ao primeiro capítulo de Grêmio e River Plate, valendo uma vaga na final da Libertadores. Um real compra nove pesos. Senti-me orgulhoso, mas só até ver as praças limpas e com grama aparada de Nuñez, o agradável e residencial bairro ao norte de Buenos Aires que abraça o Monumental, estádio do River. Melhor evitar comparações, ainda que os times de Renato Portaluppi e Marcelo Gallardo tenham muito em comum.
Ambos passaram parte do ano às voltas com três competições: campeonatos de pontos corridos, copas nacionais e Libertadores. O River segue vivo em todas elas. O Grêmio caiu na Copa do Brasil, mas teve o Estadual no começo do ano. Os dois vivem momento parecido quanto a recuperar jogadores. Aos poucos, vão desanuviando o departamento médico e buscando colocar os melhores em campo, ainda que com algum sacrifício. A ordem no River é silenciar, esconder informações, fechar treino. Vai faltar lugar no Monumental.
Filas enormes se formavam no entorno do Monumental. Era finzinho de tarde, saída do trabalho. Lá dentro, os reservas faziam treino fechado para pegar o Colón, nesta sexta (19). Os torcedores não estavam nem aí para o que acontecia lá dentro. Muitos com os quais conversei nem sabiam do tal treino. Clamavam — e não eram poucos — que este River é melhor do aquele, dos anos 1990, campeão com Francescoli em campo e Ramon Díaz na casamata. Saíam da bilheteria beijando e exibindo o ingresso de terça (23), com o Grêmio.