No Gauchão 2017, o Inter se classificou em 7º lugar. Precisou de 11 jogos para somar apenas 14 pontos na primeira fase. Ganhou só três vezes. Neste ano, após o 3 a 1 em cima do Juventude, na noite desta quinta-feira, no Beira-Rio, lidera o Campeonato Gaúcho. Com quatro rodadas a menos na comparação com 2017, já exibe 15 pontos e ocupa o topo da tabela – mais do que em toda a etapa de classificação do ano passado.
Eram momentos diferentes e jogadores diferentes, ainda que alguns sejam personagens nos dois momentos, mas a ideia de futebol que se buscava era a mesma. A proposta era posse de bola, movimentação e troca de passes.
Lá, cada contra-ataque era perigo de gol. Agora, não. O Inter ataca, cria chances, eventualmente erra passes no meio campo e propicia contra-golpes, mas a equipe se organiza com método, fecha espaços e se defende.
Há mais equilíbrio e intensidade em todos os momentos da partida. Agora já são duas atuações com resultado e atuação sólida, diante de São José e Juventude.
Patrick, no corredor esquerdo, fez o primeiro gol colorado. Iago, o segundo. Nico López, o terceiro. Nos três, passes de D’Alessandro, o primeiro em jogada ensaiada com Patrick após escanteio. O Inter teve mais posse de bola e chances claras, assim como se viu diante do São José.
Os laterais, Dudu e Iago, tiveram fôlego e força o tempo todo. Ofensivamente, deram contribuição muito boa, garantindo ao time ações pelas beiradas e por dentro. Há muito tempo não se via uma partida no qual os dois laterais do Inter tivessem desempenho de tanta qualidade, participando das transições, indo ao fundo e marcando forte.
Leandro Damião perdeu gols incríveis, até colocando em risco o resultado.
O que há com ele?
O ritmo caiu no segundo tempo, talvez pelo esforço da virada ainda no primeiro tempo. Danilo Fernandes apareceu. O Juventude ameaçou um tanto. O Inter mais reagiu do que propôs. Tivesse apuro ainda maior na finalização, teria liquidado a partida muito antes de Nico López carimbar o 3 a 1. Foi uma vitória tranquila.
O fato é que o Inter de Odair Hellmann tem cara definida, com estilo e escalação repetidas, e assim avança enquanto equipe a cada jogo. Seu desafio é manter tudo isso no Gauchão, até o final, e também depois, no Brasileirão, quando a exigência será maior. E, claro, na Copa do Brasil: quarta-feira, o adversário é o Remo, no Mangueirão, com todos os riscos do jogo único tendo de vencer para se classificar.
Há vários passos a serem dados e também outros estágios a serem ultrapassados, mas até agora a caminhada tem sido firme, e a pontuação já superior a toda a fase de classificação de 2017 é prova disso.
Esta é a grande notícia para a torcida.