Toda vez que um time brasileiro conquista a Libertadores e se credencia a tentar o título mundial, sempre aparece o mesmo debate. Os europeus dão a mesma importância que os sul-americanos ao torneio? Claro que não. Basta ver o noticiário.
Mas tem um dado que sempre me intrigou. Se para os gigantes do velho continente realmente tanto faz ganhar ou perder, o que explica a festa quando conquistam o título? Minutos depois, manchetes nos sites de seus países. No dia seguinte, capa nos jornais impressos. E desfile em carro aberto na chegada. Ou aeroporto lotado de torcedores, na recepção.
Após perder para o Inter em 2006, o Barcelona mordeu o garrão como nunca ao retornar ao Japão, em 2011. Pior para o Santos, patrolado por 4 a 0, fora o baile. No mínimo, não gostou nada de perder para um sul-americano, ao entrar como franco favorito. E, no caso do Real, tem a rivalidade com o Barcelona.
São cinco Mundiais merengues contra três do Barça. Se o Real ganha o sexto, dá o dobro. Passa uma impressão de superioridade arrasadora. Compreende-se aquela notícia de os jogadores perguntando, no Camp Nou, se o Grêmio era mesmo bom o suficiente para impedir o Real Madrid de erguer mais uma taça. Em resumo, é o velho papo: para os europeus, o Mundial só não vale se perder. Se ganhar, aí vira importante.
Aí vai outro dado que, parece-me, consolida a tese acima. A Liga Espanhola acaba de adiar o clássico entre Real Madrid e Barcelona, que seria disputado em 20 de dezembro, quatro dias após a final do dia 16, em Abu Dhabi. Ficaria apertado para o time de Zidane. O que fez a organização da liga? Sumariamente, passou o maior clássico entre dois clubes do mundo para o dia 23, de quarta para sábado.