O time do outro planeta agora é dono deste mundo. Sem dar qualquer chance para o Santos sequer sonhar com o tão esperado tri, aguardado por 48 longos anos, o Barcelona deu show e goleou o Santos por 4 a 0.
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Sempre dando não mais do que dois toques na bola, provando que o treinamento do fundamento de fato pode ser usado no campo, o Barça colocou os brasileiros na roda. Neymar, Ganso e os demais santistas pouco puderam fazer diante da posse de bola catalã, sempre acima dos 70%.
O jogo
Não seria exagero dizer que o Santos inexistiu nos 45 minutos iniciais contra o Barcelona. É claro que do outro lado estava o melhor time do mundo. Mas dada a superioridade do time grená sobre o alvinegro, mais parecia um jogo entre profissionais diante de garotos.
Neymar, Ganso, Borges e todos os outros não jogaram. E não o fizeram porque o Barça não concedeu-lhes a honra de encostar na bola no gramado que chamou de seu e tomou conta desde o apito inicial da final - os espanhóis tiveram mais de 70% de posse durante boa parte do jogo.
Logo no primeiro tempo, o Barça tratou de jogar por terra o sonho santista de reconquistar o mundo 48 anos depois do bi e abriu 3 a 0, no Estádio Internacional de Yokohama, no Japão.
Muricy ousou e entrou com um time nunca antes usado durante toda a sua passagem pelo Santos. Com três zagueiros e Léo na ala, mas sem Elano. Não demorou para ver que a teoria de atuar nos contra-ataques foi ineficiente na prática.
Diferentemente do discurso propagado desde que o Peixe conquistou o tri da Libertadores, o Peixe não "jogou também". Na verdade, quase não incomodou. E mais assistiu ao show catalão.
Comandado por Messi, argentino eleito por duas vezes melhor do mundo e que tenta o prêmio pela terceira vez, o Barça fez o que quis. Uma, duas arrancadas do craque canhoto. Na terceira, não perdoou. Após enfiada de Xavi - complementada por furo de Durval -, ele encobriu Rafael e abriu o baile.
Até este momento, o Santos só havia finalizado uma única vez, em chute sem perigo de Ganso. Enquanto a sinfonia do Barça seguia sempre no ritmo de, no máximo, dois toques na bola, os espectadores - e não torcedores - japoneses ficavam boquiabertos com sons de: "Ohhh".
Não demora muito e Xavi, após cruzamento de Daniel Alves, com falhas de Durval e Bruno Rodrigo, amplia o marcador, sem chances para Rafael - o Santos até responde em boa chance com Borges, mas não desconta.
Muricy é obrigado a substituir Danilo, lesionado, por Elano, mas o panorama do time segue o mesmo.
Já a poucos minutos do término da primeira etapa, quando o massacre, por ora, parecia acabado, veio o golpe fatal. Novamente em cima do apático Bruno Rodrigo, Messi tirou um toque de calcanhar da cartola para Daniel Alves. Após duas defesas de Rafael, Fábregas só teve o trabalho de empurrar para as redes.
Santos cresce na etapa complementar
A enorme superioridade do Barça diminuiu no segundo tempo. Em função da ligeira melhora santista, mas também da diminuição do ritmo catalão - na primeira etapa, foram 15 finalizações dos espanhóis contra três alvinegras.
O Barcelona seguia criando chances, mas ao menos era incomodado pelo Santos, que só não descontou por falta de pontaria. Na melhor chance santista, Neymar recebeu ótimo passe de Ganso e ficou cara a cara com Valdés, mas desperdiçou, chutando fraco.
Sem sair por nem um minuto da sua característica de tocar a bola, o Barça encantou os japoneses com o futebol de sempre. E ainda emplacou o quarto gol, em boa jogada de Daniel Alves, que terminou com Messi driblando Rafael e empurrando para as redes.
Título incontestável e show do Barcelona, campeão Mundial. De bom para os alvinegros, a festa e o reconhecimento dos torcedores do Santos ao final da partida, entoando o hino do clube.
FICHA TÉCNICA
SANTOS 0 X 4 BARCELONA (ESP)
Estádio: Estádio Yokohama, em Yokohama (JAP)
Data/hora: 18/12/2011 - 8h30min (de Brasília)
Árbitro: Ravshan Irmatov (Uzbequistão)
Auxiliares: Abdukhamidullo Rasulov (UZB) e Bakhadyr Kochkarov (KGZ)
Renda/público: Não divulgada/68.166
Cartões amarelos: Piqué e Mascherano (BAR); Ganso e Edu Dracena (SAN)
GOLS: Messi, 17'/1ºT (1-0); Xavi 23'/1ºT (2-0), Fábregas 45'/1ºT (3-0) e Messi 37'/2ºT (4-0)
SANTOS: Rafael; Bruno Rodrigo, Edu Dracena e Durval; Danilo (Elano, aos 30'/1ºT) Henrique, Arouca, Ganso (Ibson, aos 38'/2ºT) e Léo; Neymar e Borges (Alan Kardec, aos 33'/2ºT). Técnico: Muricy Ramalho
BARCELONA (ESP): Valdés; Daniel Alves, Puyol (Fontas, aos 39'/2ºT), Piqué (Mascherano, aos 10'/2ºT) e Abidal; Busquets, Thiago, Xavi (Pedro, 33'/2ºT), Iniesta e Fábregas; Messi. Técnico: Josep Guardiola