O Grêmio está na decisão da Libertadores antes mesmo do segundo jogo desta semifinal contra o Barcelona. Só uma noite demoníaca, trágica e impossível na semana que vem, na Arena, seria capaz de reverter a perfeição desta quarta-feira, em Guayaquil.
O Grêmio goleou por 3 a 0 como se jogasse contra o time do Sindicato. Foi um show de um time organizado e com talento contra outro, amontoado e sem inspiração. Renato acertou ao nem pensar em Cícero desde o início. Entrou só no fim, para segurar a bola, e na vaga de Barrios.
Fernandinho ficou o tempo todo. Ficar lá atrás só se defendendo, abrindo mão do contra-ataque, seria mancada. Luan mostrou que valeu cada exagero de cuidado em sua recuperação. É craque. Pensador e matador ao mesmo tempo. Dois gols. Imagine na Arena, com mais ritmo. Tite tem de levá-lo para a Copa.
Edilson mostrou que gol de falta é com ele mesmo. Marcelo Grohe operou a maior defesa da sua vida. Jogou-se de braços abertos em chute à queima-roupa de Ariel como um condor abre asas e abraça o céu. Inacreditável.
Viu-se um Grêmio bem diferente do que vem sofrendo no Brasileirão. Marcação encurtada, disciplina tática de todos para marcar e frieza na hora de concluir.
O Barcelona ajudou. Um fiasco. Damian Diaz e Oyola só esperavam bola no pé. Não defendiam. Um time de uma nota só: flanco e cruzamento para a área buscando Ariel, o cone. Um cone que, entre os gigantes Kannemann e Geromel, virou um plástico velho.
A troca de passes gremista voltou na hora certa com tudo. O segundo tempo virou exibição sem couvert artístico. Renato tinha razão. Com a volta dos titulares, e Luan na regência, o futebol ressurgiria. Com este 3 a 0 em semifinal de Libertadores, fora de casa, o Grêmio assinou uma das grandes páginas de sua história. Noite de gala.
River Plate ou Lanús na final?