Para um evento planetário e midiático, a saída do mercado norte-americano é trágica. Suponho que os CEOs dos patrocinadores da Fifa estejam, neste momento, chorando abraçados em uma mesa de bar, com a gravata afrouxada no colarinho.
O esforço para tornar o soccer o esporte número 1 dos EUA vem de longe. O dinheiro está concentrado ali, em resumo. Sob este olhar, ao qual me filio, é péssimo para a Copa a eliminação da seleção dos EUA, ainda mais competindo na paupérrima Concacaf.
Imagine que o Panamá chegará à Rússia tendo como capitão Felipe Baloy, ex-Grêmio, aos 37 anos. Ele joga no Municipal, clube de seu país. Mas tem o outro lado. Sempre tem o outro lado.
As forças de segurança da Rússia estão em festa, talvez brindando com uma rodada de vodka. Donald Trump e Vladimir Putin até parecem bons amigos, mas a guerra civil na Síria (a Rússia apoia a ditadura de Bashar al-Assad) colocou os dois países em conflito diplomático.
A tensão no Conselho de Segurança da ONU só cresce. Havia medo, por parte do comitê organizador, de que a presença americana potencializasse o risco de atentados, por motivações variadas. O ataque terrorista em São Petesburgo ainda assusta.
A ausência dos EUA em solo russo durante a Copa relaxa um pouco este cenário. São os dois lados do grande fiasco das Eliminatórias no mundo todo: perder para Trinidad e Tobago é tipo 7 a 1.