Não haveria conquista da América e do Mundo sem ele. O fim da hegemonia do Inter na década de 1970 passa muito por Helio Volkmer Dourado, que nos deixou ontem, aos 87 anos.
E não só pela reforma monumental do Olímpico, já que o acréscimo de patrimônio é marca daqueles que, se erguerem taças, serão distinguidos para sempre nas galerias presidenciais.
Ou pelo título brasileiro de 1981, o primeiro em âmbito nacional. Hélio Dourado dividiu o Grêmio em antes e depois de 1977.
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Aquele Gauchão, vencido sobre um Inter octacampeão gaúcho e bi brasileiro, com Telê Santana de técnico e o melhor trio de ataque da história tricolor – Tarciso, André e Éder –, significou a virada para o que o clube é hoje.
Hélio Dourado preparou o Grêmio para suas maiores glórias, vividas na década de 1980. E o fez numa fase de vacas magras, na qual a hegemonia do Inter parecia intransponível.
Além do olhar visionário na gestão, tomava decisões singelas – no olhar de amadores. André Catimba tomava uísque na sala da presidência, na condição de convidado.
“Melhor nosso centroavante beber aqui comigo, eu de olho nele, do que por aí, sabe-se lá onde”, dizia.
Havia medo de que o futebol de André se perdesse em noitadas. Raros dirigentes são craques no gabinete e no tão particular dialeto de vestiário. Hélio Dourado era desta estirpe. O que o Grêmio é, e também o que será, passa por ele.