Não estou entre os que pegam no pé de Luan. Ele é o mais talentoso jogador do Grêmio. É o que mais vezes já tirou coelho da cartola, como naquele golaço contra o Cruzeiro, no Mineirão. Há jogadores que você sabe: dali não sai nada. Desses não adianta esperar, mesmo que sejam devotos de Madre Tereza de Calcutá. Com Luan, ocorre o contrário.
Toda vez que ele não está bem, sempre haverá a certeza de que, a qualquer momento, o diferente pode ressurgir. O que não me impede de reconhecer: o seu momento não é dos melhores. Embora também não seja dos piores. É que existe uma bronca com Luan, e não é de hoje. A cobrança é maior com ele do que com Lincoln ou Everton, outros talentos da base que vem rendendo muito menos.
O fato é que Luan não é o único abaixo entre os titulares. Bolaños, antes da lesão, já vinha sendo só comum, depois de um início de 2017 arrasador. A eliminação no Gauchão passa por um queda coletiva. É um declínio – nada que não possa ser resolvido – visível até na vitória por 4 a 1 sobre o Guaraní, na Arena.
Ali, Lucas Barrios resolveu a parada em duas metidas entre os zagueiros. Antes, os paraguaios até assustaram, por entre os espaços oferecidos pelo Grêmio. Por que falo de rendimento, se o Grêmio lidera e se classificará com sobras em primeiro do Grupo 8 da Libertadores?
Pelo futuro. É onde quero chegar: o futuro.
Ninguém duvidava que a fase de classificação seria tranquila, pelo sorteio generoso com adversários de menos tradição. Mas o Grêmio quer mais. Para retomar sua força coletiva, precisará ter de volta o revezamento em alto nível destes dois jogadores: Luan e Miller Bolaños.
Não haverá o equatoriano contra o Iquique, nesta quarta-feira, no Chile. Mas se Luan ao menos indicar que tem consciência da importância de seu talento para o Grêmio, já terá valido a pena.
O Grêmio não será tri da Libertadores sem estes dois muito bem: Luan e Miller.