O primeiro tempo do Inter foi um circo de horrores. Victor Cuesta foi trazido para ser o primeiro zagueiro confiável do Beira-Rio, mas logo na estreia teve se virar como lateral-esquerdo improvisado.
Teve problemas no ataque, obviamente, o que prejudicou a parceria com Uendel, por dentro. Pode-se dizer que bastou o Ypiranga designar Jackson para colar em D’Alessandro, e o Inter sumiu. Paulão e Ortiz viraram armadores. Alguns lançamentos longos foram de doer, sobretudo os de Ortiz, que falhou no gol da equipe de Erechim ao permitir que o atacante lhe tomasse à frente em lançamento direto do goleiro Carlão.
No intervalo, Antônio Carlos Zago tentou corrigir os erros de escalação, que incluíram Anselmo em vez de Charles. Tirou Paulão e colocou Valdívia aberto pela direita. Cuesta veio ser zagueiro, e Uendel, lateral-esquerdo.
Melhorou só um pouco. Além do empate em pênalti (Brenner, ótima cobrança) bem assinalado por Anderson Daronco (a bola bate no mão do zagueiro, cujo braço está aberto), Uendel perdeu a chance na virada em jogada bem trabalhada por dentro.
No lugar de Nico, Roberson se mexeu mais. A verdade é que o Ypiranga marcou com volúpia, e faltou ao Inter qualidade para cavar o espaço trocando passes. Ainda assim, foi uma atuação ruim, cuja repetição no Gauchão assusta.
Contra times um pouco mais arrumados, à exceção do segundo tempo do Gre-Nal, o Inter não encontra soluções. O caminho da reconstrução é longo, disso ninguém duvida.
Mas, às vezes, a demora para adquirir um padrão mínimo preocupa. Nem a taça da Recopa Gaúcha, conquistada nos pênaltis, com Danilo Fernandes brilhando e ótimo aproveitamento colorado nas cobranças, deve abafar os problemas verificados no jogo.
O Inter vai para as duas últimas rodadas necessitando de 100% de aproveitamento para se garantir com certeza entre os oito que passam às quartas de final.