Não vão nada bem as tratativas do Grêmio com a OAS em torno da compra da gestão da Arena. São acordos e desacordos. Reuniões cujo único resultado é o agendamento de uma nova reunião. Prazos fixados e descumpridos.
Enfim, o número de idas e vindas é tal que os negociadores já nem sabem mais direito o começo, o fim e o meio de tudo. A paciência ultrapassou os limites do razoável.
Há uma vertente no Grêmio que cogita seriamente em pressionar o botão "dane-se" ainda este ano. Chega de lenga-lenga, promessas e expectativas frustradas. Tudo ficaria como está.
A OAS seguiria tentando rentabilizar o estádio sem uma relação inteira com o seu único cliente, que é o torcedor gremista. E o Grêmio, sem acesso à renda preciosa dos jogos, retida pela Arena Porto-Alegrense, continuaria pagando o que entende justo pelo subsídio aos sócios com entrada franca do Olímpico.
Há quem defenda a aposta numa solução radical. Diante do impasse, a Justiça teria de se pronunciar, já que os credores (e não são poucos) da OAS batem à porta com cada vez mais insistência. A Arena iria à leilão para saldar as dívidas da empreiteira, enrolada até o pescoço na Operação Lava Jato.
O Grêmio arremataria o próprio estádio por um valor mais baixo, como acontece nestes casos de leilão em penhora.
Aqui, a vantagem indestrutível do clube é a força de sua torcida.
Não há solução ou lucro possível na Arena, seja qual for o administrador, sem o Grêmio.
Enquanto Grêmio e OAS não se acertam em torno da Arena, o Olímpico cada vez mais se parece com ruínas de um bombardeio, numa zona central de Porto Alegre. É triste. E também uma agressão à memória da cidade.
Aqui entre nós: que novela, nossa.