É até ridículo discutir o tema novamente, mas a Fifa deu margem. Em nota enviada ao jornal O Estado de S. Paulo, a entidade disse não reconhecer os títulos da Copa Rio e das Copas Intercontinentais, como Mundiais de Clubes.
Com isso, apenas os torneios organizados pela própria entidade – em 2000 e, de forma ininterrupta, desde 2005 – são considerados oficialmente, e o título do Grêmio em 1983 não é validado como Mundial pela entidade.
Com a nova interpretação, além da conquista do Grêmio, o título do Palmeiras na Copa Rio de 1951 e de Santos (1962 e 1963), Flamengo (1981) e São Paulo (1992 e 1993) na Copa Intercontinental não são considerados equivalentes a um Mundial de Clubes pela entidade.
Trata-se de uma bobagem colossal. A Fifa é uma entidade que congrega federações do mundo todo, mas não é dona do mundo. Não é dona da história. Quem define os campeões do mundo de futebol é o mundo, e não a Fifa ou seu presidente, Giani Infantino. Então Pelé nunca foi campeão planetário de clubes com o Santos, nos anos 1960? Nem Zico com o Flamengo, nos 1980?
A legitimidade da Copa Rio, de 1951, para o Palmeiras, como mundial, ainda dá para discutir. É estranho mesmo, mas daí em diante não faz sentido?
O mundo inteiro, inclusive a mídia internacional, reconhecia e se envolvia nas disputas entre os campeões continentais, da Europa e da América do Sul, há décadas atrás. A comunidade do futebol aceitava o enfrentamento como a medida para definir o campeão do mundo de clubes. A Fifa não organizava um torneio mundial sabe-se lá por qual motivo. Problema seu.
O certo é que, por motivos comerciais, para valorizar seus patrocinadores no torneio que agora organiza, quer revogar a história e seu contexto da época.
Uma grande bobagem. O momento da Fifa, de fato, não é dos melhores.