O encanto do futebol está nisso. A lógica vai toda para um lado com argumentos sólidos unânimes, mas as relações subjetivas de um esporte coletivo e do mata-mata revertem tudo.
Foi o que aconteceu no Beira-Rio. A classificação do Inter às semifinais da Copa do Brasil foi inatacável. Não há reparos a fazer. Não teve erros de arbitragem ou sorte. Puro mérito de um time reserva, mas bravo para superar algumas deficiências naturais do desentrosamento e bem organizado pelo técnico Celso Roth.
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A escalação não foi retrancada. Teve, inclusive, dois volantes que saem, Fabinho e Eduardo Henrique. Criticados por má atuações entre os titulares, eles se destacaram ontem. Merecem elogios.
Na linha de três adiante deles, Sasha, Andrigo e Alex. Na frente, Aylon. Todos jogadores de características ofensivas, mas que marcaram muito, disciplinadamente. É possível se defender bem sem um pelotão de volantes meramente de marcação, portanto.
O gol cedo, de Aylon, definiu estratégias. O Santos teve 71% contra 29% de posse de bola, mas em produção ofensiva o que se viu foi total equilíbrio: 13 finalizações santistas e 11 coloradas. Com um detalhe: as do Inter com mais perigo e eficiência, incluindo a bola na trave e resultado de trocas de passe.
Qual foi o segredo, então: os desarmes.
O Inter desarmou o Santos 19 vezes, contra só quatro do Santos. Defendeu-se infinitamente melhor, roubando bola de feras como Lucas Lima, Copete, Ricardo Oliveira. Eis o segredo do jogo.
Os gols de Aylon e Sasha têm essa grandeza: eles reforçaram o trabalho defensivo primoroso do Inter, que sempre posicionou mais de um para os contra-ataques.
Sasha foi o melhor da partida, voltando a ser aquele jogador de área a área, capaz de defender e atacar com igual inteligências. E marcando gols, o que o coloca como peça chave na luta contra o rebaixamento no Brasileirão.
E agora, contra o Galo, na semifinal: repete o time reserva com este entusiasmo todo, segurando os titulares para o drama do Brasileirão, ou sonha com o título? Meu palpite é de que vencerá a primeira opção. Copa do Brasil segue sendo bônus para o Inter, em razão do cenário deformado em que o clube se meteu no Campeonato Brasileiro.
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