Há razões sólidas para acreditar nisso. A primeira delas, a emocional: uma vitória no clássico, quebrando a longa invencibilidade do Grêmio, blindaria o time de confiança, porque um tabu cairia e os jogadores poderiam repetir o slogan de Obama: “Nós podemos”.
Acreditar que se pode ganhar algo é fundamental no futebol e na vida. Porque remove o obstáculo do medo e lança o homem para frente.
Mas a segunda razão é ainda mais concreta: o tempo. Depois do Gre-Nal, faltariam apenas mais seis rodadas para o Inter completar o Campeonato. O final está logo ali. O adversário mais próximo do Inter, o São Paulo, ficaria dois pontos atrás. Parece pouco. É uma imensidão. Porque, com o São Paulo, ocorreu, exatamente, uma crise emocional. A derrota para o Grêmio, na semifinal da Copa do Brasil, destruiu o time espiritualmente, o São Paulo só perde, só se questiona, só briga, dificilmente se reerguerá. A tendência é que caia mais posições na tabela.
Os outros inimigos, Atlético Mineiro, Palmeiras, Flamengo e o próprio Grêmio, estão muito distantes. É verdade que Palmeiras e Flamengo têm dois jogos a menos, mas mesmo que os vençam não será suficiente para alcançar o Inter. Ou seja: os adversários não têm tempo de passar o Inter na tabela.
O Gre-Nal, portanto, é decisivo. O Gre-Nal vale todo um campeonato.