Maicon fez um depoimento breve e comovente, no final do jogo contra o Atlético Mineiro. O repórter perguntou sobre sua condição física e ele, com voz embargada, confessou:
“Eu quero jogar, mas não consigo...”
Em seguida, retirou-se rapidamente, decerto temendo verter lágrimas diante da câmera.
Maicon é um veterano, mas, para o futebol atual, não pode ser considerado “velho”. Ele tem 35 anos de idade. Cuidando-se bem, poderia usufruir pelo menos mais duas temporadas em bom nível. Mas problemas clínicos o impedem de jogar na plenitude.
É um drama: ele gosta de fazer o que faz, faz bem o que faz, quer continuar fazendo, mas o corpo o interdita.
Ruim para Maicon, péssimo para o Grêmio. Porque ele dá lógica ao time e devolve a paz a um meio-campo destruído. Esse, aliás, é o grande problema do time: o meio-campo. Jean Pyerre tem sido omisso. Lucas Silva, Thaciano, Darlan e Pinares, insuficientes. Sobra Matheus Henrique correndo de um lado para outro, fazendo faltas, levando cartão amarelo.
Para arrematar, atrás, o zagueiro Tonhão parece instável emocionalmente. Dá botes errados, é vencido com facilidade pelos atacantes, se atrapalha na colocação. Ele é um jovem, normal que seu desempenho oscile. Só que, agora, há um Gre-Nal decisivo pela frente. E, no Gre-Nal, o vacilo pode ser fatal.