Bolsonaro é autoritário, é negacionista em relação às orientações científicas na pandemia, é grosseiro, é ignorante a respeito da maioria dos assuntos concernentes a um governo complexo como o do Brasil. E o pior: Bolsonaro roça o crime ao estimular aglomerações em suas saídas domingueiras por Brasília.
Bolsonaro é tudo isso.
Mas, em sua manifestação a respeito das ações da Justiça nas quais são investigados seus apoiadores, ele foi correto. Foi forte, mas correto. O tuíte de Bolsonaro diz o seguinte:
"Luto para fazer a minha parte, mas não posso assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas. Por isso, tomarei todas as medidas legais possíveis para proteger a Constituição e a liberdade do dos brasileiros".
Bolsonaro fala em tomar “as medidas legais possíveis”. É uma reação legítima e inquestionável. Recorrer à Justiça quando se sente incomodado é um direito de qualquer cidadão, seja ele um lúmpen do subúrbio, seja o presidente da República. Se ficar dentro desses limites constitucionais, Bolsonaro ficará bem. O problema é que, como a história recente demonstra, se tem algo que Bolsonaro não faz é respeitar limites.