Seja de esquerda ou de direita, ditadura é ditadura. A nota do PT reconhecendo a eleição da Venezuela é um desrespeito ao cidadão e ainda mais para aqueles que sofreram com a ditadura instalada no Brasil em 1964.
A nota saúda o processo "pacífico, democrático e soberano". Em que mundo será que vive o PT?
Certamente o partido não conhece a história da mulher que tinha um salão de beleza em Caracas e veio com a família para o Brasil trabalhar como costureira para poder sobreviver. Nem do engenheiro que deixou sua pátria para ser motorista de aplicativo em Porto Alegre, onde seu filho pode ser vacinado e estudar numa escola melhor.
Em março de 2016, eu estava em Cuba para a cobertura da histórica viagem do presidente americano Barack Obama ao país. Um dia antes da chegada dele, para tentar eclipsar a presença de Obama, o ditador venezuelano Nicolás Maduro apareceu de surpresa em Havana para se encontrar com o então chefe do poder, Raúl Castro.
Seu irmão, Fidel, já não estava mais no poder. Os próprios cubanos não sabiam dizer qual era o seu estado de saúde.
Numa ditadura, o povo não tinha a menor ideia de como estava o líder. O Granma, o jornal oficial, deu manchete da visita de Maduro. E o fato mais importante, a visita de Obama, virou matéria secundária.
Numa ditadura, seja ela de esquerda ou de direita, o povo será privado de tudo, inclusive de informação.