No Rio de Janeiro, uma mulher grávida se interna para dar à luz a filha e sai com o braço esquerdo amputado. Em Campinas, no interior de São Paulo, uma senhora de 92 anos se engasga, a família chama o Samu para levá-la ao hospital e, na saída de casa, ela cai da maca e morre.
São cenas tétricas, porém aconteceram há pouco tempo. Os casos ainda estão sob investigação, mas não precisa ser um gênio para entender que não foi culpa dos pacientes. Se bem representados, eles podem inclusive acionar juridicamente os hospitais. Faltou certamente atenção para aquilo que o médico gaúcho Salvador Gullo Neto vem alertando há tempo, chegando a escrever mais de um livro: a segurança do paciente.
É algo elementar, mas foi a experiência no trabalho que despertou o interesse do médico pelo assunto. Eu seus estudos, ouvindo pacientes e profissionais saúde, dirigentes de hospitais e planos de saúde, Gullo identificou alguns passos que precisam ser seguidos para garantir a segurança do paciente.
Vão desde coisas simples, como a checagem que quem está recebendo o tratamento e assepsia médica, passam por sistemas integrados de diferentes equipes - todos precisam saber de tudo - até a organização em situações de crise - e elas acontecem, como vimos no nos casos descritos no início do texto.
“Segurança do Paciente, A verdadeira Revolução da Saúde”, título de um dos livros de Gullo, é um assunto novo, como o próprio autor nota, mas essencial e mostra como nosso sistema de saúde busca insistentemente se aperfeiçoar.