Uma mulher de 24 anos que foi a um hospital da zona oeste do Rio de Janeiro para dar à luz teve a mão esquerda amputada. O caso aconteceu em outubro do ano passado no Hospital da Mulher Intermédica, em Jacarepaguá, e desde então a jovem precisou passar por procedimentos cirúrgicos e ficar internada devido a complicações.
— Para mim, está sendo um recomeço. Porque eu estou me refazendo. Eu tive a minha mão durante 24 anos, e nunca imaginei voltar de um hospital sem uma mão, ainda mais por ter ido ganhar um bebê de parto normal — afirmou a jovem em entrevista à TV Globo.
Segundo a família, a mulher teve uma hemorragia após o parto e precisou fazer um acesso venoso na mão esquerda, quando começaram as complicações. Ela precisou ser levada para outra unidade hospitalar do grupo, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Dias depois, a família foi informada de que a jovem teria a mão amputada.
O caso foi registrado na 41ª DP. Nesta terça-feira (17), a Polícia Civil informou que é investigado como "lesão corporal culposa". Os agentes estão fazendo oitivas e analisam documentos médicos.
Em nota, a assessoria do Hospital da Mulher Intermédica declarou que a instituição "está totalmente solidária com a vítima, e lamenta profundamente o ocorrido". O hospital afirmou ainda que apura o caso "com toda seriedade, transparência e atenção aos procedimentos médicos e hospitalares adotados", e que o caso está sob coordenação do Comitê de Ética Médico.
"Independentemente de tal apuração, o hospital vem mantendo contato com a paciente e seus representantes para prestar todo acolhimento possível e atender suas necessidades, assim como se mantém à disposição para que todos os esclarecimentos necessários sejam realizados", disse.
Ao G1, a advogada Monalisa Gagno, que representa a jovem, disse que já entrou com um processo na Justiça contra o hospital. Ela disse que pede reparação por dano estético, moral e material.
Entenda o caso
Em 9 de outubro de 2022, uma mulher que estava com uma gestação de 39 semanas precisou ser encaminhada ao Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá para dar à luz. O bebê acabou nascendo um dia depois, de parto normal, pesando pouco mais de três quilos.
Apesar do sucesso da operação e do bebê ter nascido saudável, a paciente teve uma hemorragia pós-parto. Por conta disso, os médicos optaram por criar um acesso venoso na mão esquerda da mulher para introduzir medicação. Nesse processo, a carioca começou a sentir ardência e incômodo no ombro.Em seguida, a mão começou a inchar e adquiriu a coloração roxa. Com isso, o quadro de saúde da mulher foi se agravando.
Por decisão médica, ela acabou sendo transferida para uma unidade medida em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Três dias após o nascimento do bebê e já instalada no outro hospital, a mulher precisou amputar a mão esquerda para evitar que a infecção se espalhasse para outros órgãos. A família reclama que nunca recebeu uma resposta sobre o que levou a isso, por isso resolveu acionar o hospital judicialmente.
Por conta da amputação, ela precisou passar mais 17 dias internada e longe do filho. Além do bebê nascido em outubro, a carioca é mãe de outras duas crianças.