É comum ouvir o clichê Roma é um museu a céu aberto, principalmente de quem acabou de voltar de lá. E com razão. Não vou comparar a capital da Itália com nenhuma outra cidade. A história de Roma é rica demais. Mas rico, também, é o nosso Rio Grande do Sul. Longe da história de Roma, que é milenar, ainda assim temos um Interior de tirar o fôlego, diverso, por exemplo, em fauna e flora.
Na Reserva do Taim, no extremo sul do Estado, capivaras convivem harmoniosamente com vacas, dormem juntos e bebem água na mesma sanga. Talvez os animais saibam conviver com outros melhor do que nós.
Diversidade também na flora. Vegetação muito rica, campos com plantações e capões. No Interior é que temos uma ideia melhor da força do agronegócio. Está tudo à vista de quem passeia de carro: milho, fumo, arroz e soja em abundância, parreiras pesadas de uvas, macieiras e oliveiras. Claro que tem mais, mas sou da cidade, ainda não tenho habilidade para reconhecer tudo.
Paisagens inóspitas com casinhas antigas perdidas no horizonte e tratores velhos e estragados pontuando o terreno.
Gado, capivaras, cavalos, cachorros, águia, chupim, corvo, sabiás, guaxinim. Palmeira alta, palmeira baixa, eucalipto, chorão, grama, figueiras, capões e macega. Terras a perder de vista, perau, cachoeira, campo e fazendas. No solo, pode-se encontrar terra, terra-marrom, areia e pedregulhos.
O Itaimbezinho é de tirar o fôlego. O restante da serra gaúcha, além de bonito e diversificado, é para se esbaldar com a boa comida. O Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves e os distritos de Caxias do Sul são um pedaço da Itália no Rio Grande. Tanto quanto Tupandi, Salvador do Sul e Nova Petrópolis são parecidos com a Alemanha.
Nas viagens e passeios recentes, sempre tenho ido de carona, o que me possibilita observar bem aonde ando. Senti falta de um asfalto melhor para o tráfego, mas percorri milhares de quilômetros pelo Rio Grande, que é um Estado bonito demais. E rico na sua diversidade.