Paulão da Conceição é um sujeito longevo no crime em Porto Alegre. Aos 63 anos, começou no tráfico ainda no final da década de 70. Teve a primeira condenação em 1982. São 41 anos de vida criminosa. Nenhum bandido fica tanto tempo na rua sem ser preso. Em determinado período, comandou a distribuição de droga na Conceição, na Restinga, na Glória e na Vila Cruzeiro. Curiosamente, mesmo com esse histórico e toda a distribuição de maconha e cocaína, foi condenado apenas por associação ao tráfico de drogas, como mostra a reportagem de Eduardo Matos.
Em 2010, foi preciso uma operação policial estrondosa para pegá-lo no Rio de Janeiro. Agora, estava em casa, com tornozeleira eletrônica, porque tinha o benefício por ter problema cardíaco. Nenhuma vítima quer saber se ele tem problema de saúde. Laços de quantas famílias ele rompeu ao fornecer drogas? Ninguém nunca se preocupou com isso? De que adiantou mandar pra casa se a Polícia Civil se arriscou a prendê-lo novamente? E agora, preso, deve ser mandado para uma unidade prisional federal, fora do Estado.
Em 2008, quando nasciam as facções em presídios, Paulão já controlava uma galeria do Presídio Central com cerca de 300 presos da Conceição. Ali começou o poder das facções criminosas em presídios. Que vá de uma vez cumprir pena pelos seus crimes. E sem celular, de preferência.