A mais urgente e necessária reforma, dentre todas, é a tributária. Nenhum presidente recente teve coragem de fazer. Nem Lula, nem Bolsonaro. Quem sabe aquele que será eleito no mês que vem se compadeça com o brasileiro. Mas é preciso fazer uma reforma que simplifique e diminua a arrecadação sobre todos nós. Arrecadar menos, está aí o motivo de ela ter sido deixada de lado. Nenhum governo admite reduzir a carga. Enquanto isso, somos submetidos à maior carga em troca de serviços públicos precários. Convém lembrar que o dinheiro arrecadado é ou deveria ser revertido em serviços públicos. Certa vez, como repórter, acompanhei uma reunião com empresários espanhóis que queriam investir no Brasil e representantes do governo brasileiro. O espanhol falou da resistência em abrir uma fábrica aqui. Ele disse ao governo:
— O problema é que, no Brasil, não entendemos como funciona a carga tributária.
A bagunça tributária, além de dificultar a expansão dos nossos negócios, retrai investidores externos. Quem entende nossa tributação? Especialistas. Por isso, tem gente que contrata escritórios especializados para não se enredar nas mudanças de tributos que chegam a ser diárias. Se os candidatos estão mesmo “rodando” o Rio Grande como dizem na propaganda, devem estar ouvindo isso. Cabe a todos nós cobrar dos concorrentes compromisso com simplificação dos impostos. Alguns países da Europa adotam apenas um imposto, o IVA, Imposto Sobre Valor Agregado.
Nos Estados Unidos, cada um dos 50 Estados tem a sua política de tributação. Mas todo mundo entende bem o sistema. A saída para o Brasil seria adotar um único imposto para que todos possam se entender e a tributação ficar mais evidente. Porém, os Estados não vão querer perder ICMS. Bem, se a reforma tributária for adiada toda vez que alguém se sentir prejudicado, seguiremos pra sempre patinando em burocracia e alta carga de impostos que não nos têm levado a lugar algum.