Eduardo Leite aceitou se engajar no projeto nacional do PSDB para lançar candidatura à Presidência da República.
Primeiro, será preciso superar o impasse interno no próprio partido, que tem outro pré-candidato fardado há mais tempo, João Doria. Depois, para ser conhecido nacionalmente, Leite precisará aparecer mais no centro do país, no Norte e no Nordeste.
Além disso, será ele o nome do campo político considerado moderado? E os demais nomes que gravitam no debate político, vão aderir ao seu projeto ou concorrem também?
Superados esses impasses, tem a questão doméstica. O Rio Grande do Sul tem dois grandes desafios que precisam ser superados neste ano: a conclusão da adesão ao Regime de Recuperação Fiscal e a reforma tributária — que foi tentada no ano passado, mas o governo não teve sucesso.
A privatização da CEEE, o enfrentamento à pandemia, concessões de estradas, melhoria nas condições das escolas em geral, enfim, todo o resto das atribuições que se espera que o governo lidere, como ficam?
Dito tudo isto, ainda tem o fato de, se for o escolhido, Leite terá de se distanciar do Piratini para mergulhar numa campanha presidencial a partir da metade do ano que vem. Teria, portanto, de deixar o governo com o mandato em andamento.
O vice, Ranolfo Vieira Jr., é um aliado de primeiro hora, em quem Leite deposita toda confiança. Ainda assim, é de outro partido, o PTB.
Isso tudo poderá ser apenas um detalhe se o nome do governador emplacar, ganhar fôlego e convencer os partidos de centro de que ele é o candidato ideal. Mas, agora, será cobrado bastante sobre como vai conciliar as atribuições.