Daniel Scola
Em 2016, fui enviado pela Rádio Gaúcha e pelo jornal Zero Hora aos Estados Unidos para cobrir a eleição presidencial. Assim que desembarquei na Flórida, fui fazer fila em comícios dos dois candidatos - Donald Trump e Hillary Clinton - naqueles dias que antecederam a votação. Conversei com dezenas de eleitores para entender o que motivava cada um a escolher entre Trump e Hillary. Num primeiro momento, fiquei perplexo pelos motivos alegados: "Vou votar em Trump porque a Hillary é corrupta", me disse um deles. "Que caso de corrupção?", perguntei. "Vários. Olha aqui", me apontou ele, abrindo o celular no Facebook. Outra eleitora, num comício de Hillary, me contou uma história parecida: "O Trump está com câncer, estado terminal, vai morrer", me contou dizendo que lera numa postagem do Facebook. É impossível dizer se foi determinante. Mas as redes sociais foram protagonistas na confusão informativa que envolveu o pleito americano daquele ano.