Porto Alegre tem boas notícias para comemorar neste início de semana. A começar pelas internações em UTIs por coronavírus. São 31 pacientes, mesmo patamar do início do mês. No dia 10 de abril, eram 43 pessoas em tratamento intensivo. Analisando a curva, não houve até agora, desde o início da pandemia, uma lotação repentina das UTIs. Outra notícia importante: houve, na semana que passou, 4 mortes confirmadas.
Na semana anterior, foram 3. Na primeira semana do mês, foram 3. Logo, as mortes estão controladas. A capital gaúcha tem menos de 500 casos confirmados. Para efeitos de comparação, Belém do Pará tem a menos população de Porto Alegre e o triplo de casos. Belém tem 67 mortes. Porto Alegre, 13. A guerra foi vencida? A resposta é não. O êxito até agora significa apenas uma primeira batalha. O que explica os bons resultados parciais de Porto Alegre? Primeiro, a estratégia de distanciamento social e restrição de atividades desde o início, antes da primeira morte. Porto Alegre se adiantou. Segundo, a disciplina, de uma forma geral, do porto-alegrense. A adesão ao distanciamento está sendo respeitada. Outro fator importante é a capacidade de atendimento hospitalar, com os hospitais referência, Clínicas e Conceição pelo SUS e Moinhos de Vento, bem equipados. Pelas características do Rio Grande do Sul, estes hospitais estão acostumados a tratar pacientes com problemas respiratórios, ainda mais nesta época do ano.
Porto Alegre tem outras batalhas a serem vencidas. Primeiro, o índice de testagem da população ainda é muito baixo. Não é exclusividade da Capital. O país todo precisa de mais testes. Até agora, o aumento ficou na promessa. Outro desafio é a abertura de mais leitos de UTIs. Pelo padrão estabelecido pela Organização Mundial da Saúde, o número ideal é 2,4 leitos para cada 10 mil habitantes. Para atingir essa média, as UTIs de Porto Alegre precisam dispor de mais 360 leitos. A prefeitura de Porto Alegre prometeu 383 novas unidades de forma escalonada.