Repare na foto acima. Você acredita que para trafegar nesta estrada o motorista precisa pagar pedágio? Não, não é uma brincadeira.
Fiz o registro ao passar pela RS-287 depois de pagar R$ 7 de pedágio. Paguei duas vezes, numa viagem de ida e volta no mesmo dia para Santa Cruz do Sul.
Eu e um contingente enorme de motoristas fizemos isso. Em setembro do ano passado, para pegar o dado mais recente fornecido pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), 319 mil veículos passaram pela praça de pedágio, localizada em Venâncio Aires, e enfrentaram a buraqueira da rodovia.
Em 2018, segundo dados da mesma EGR disponibilizados em tabelas no seu site, a receita em pedágio naquela praça foi de R$ 40.705. A despesa superou a arrecadação em cerca de R$ 100 mil.
A EGR foi criada em 2012, a partir do entendimento do governo da época de que o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) já não conseguia mais fazer o básico, tapar os buracos. A nova estatal assumiu os pedágios do antigo Programa Estadual de Concessão Rodoviária e, repetindo o Daer, já não consegue mais fechar buracos numa estrada onde, além de pagar todos os impostos, o motorista é saqueado – não encontro outro termo mais adequado – com pedágio.
A empresa tem uma explicação: que herdou um modelo, que precisa equilibrar as contas, que tenta fazer. Conversa que não convence mais. O governador Eduardo Leite se elegeu prometendo uma solução para a EGR. Que faça isso logo. O Rio Grande do Sul não pode continuar taxando o motorista para transitar por uma estrada precária.