O futebol não é para ser justo. É um esporte. E essa é a mais pura verdade. Depois de merecer a vitória no Rio de Janeiro e também por boa parte do jogo do Beira Rio, o Inter tomou dois gols em seis minutos e foi eliminado da Libertadores. O Fluminense calou uma torcida que apoiou todo o tempo.
O mais simples neste momento seria tocar flauta, tripudiar o torcedor colorado, mas não vou fazer isso. O óbvio ululante do tricolor Nelson Rodrigues não está na minha lógica. Em 2018, o Grêmio viveu derrota parecida para o River Plate, sofrendo dois gols em poucos minutos. A torcida tricolor chorou demais naquela partida.
E como aquela noite não sai da memória do Grêmio, a derrota para o Fluminense jamais sairá da cabeça do Inter. E isso está além da nossa rivalidade.
Esses dois jogos foram semelhantes. O Grêmio saiu na frente e o Inter também. Os atacantes das duas equipes perderam de ampliar frente a frente com os goleiros adversários e os gols, tanto do River como do Flu, saíram sem que os estádios estivessem entendendo o que estava acontecendo.
As derrotas foram muito duras e pensei muito na dor da Arena ao apito do árbitro no Beira Rio. Conheço a dor de uma derrota como essa dos colorados.
Tenho dificuldade de imaginar o que pensam os "deuses" do futebol. Uma bola costuma assinar roteiros sorrateiros, cruéis e mágicos para os torcedores, que alimentam uma paixão absurda pela sua bandeira. A noite do Beira-Rio foi assim, cheia de emoção. Dor para os colorados e alegria para os tricolores cariocas.
Voltando ao histórico Nelson Rodrigues, em sua última crônica, ele começou o texto dizendo:
"Amigos, em futebol, nunca houve uma vitória improvisada. Tem sido assim através dos tempos".
E essa é a verdade. Como disse, o futebol não nasceu para ser justo e somente uma coisa suporta o tempo: o resultado. E foi o Fluminense que venceu a noite do Beira-Rio, assim como o River venceu aquela trágica noite na Arena. O resto, no final dos minutos, é só o resto.