O esporte brasileiro perdeu nesta quinta-feira (24) um de seus ícones. Adilson Rodrigues, o Maguila, fez história no boxe. Em um momento em que o Brasil carecia de ídolos, o sergipano simples nas palavras era a personificação de grande parte de nossa população.
De origem muito humilde, deixou sua Aracaju rumo a São Paulo em busca de uma vida melhor. Pedreiro, segurança em boate, enfim, um trabalhador como tantos brasileiros.
Ao se tornar boxeador profissional, teve a felicidade de encontrar em seu caminho outro grande nome do esporte nacional, o jornalista e empresário Luciano do Valle, que impulsionou sua carreira. Foram vários os domingos em que o Brasil parou para ver Maguila lutar.
Particularmente, lembro de vê-lo em batalhas contra o argentino Daniel Falconi pelo título sul-americano, e em uma dura derrota para o holandês André Van den Oetelaar. Também no duelo contra o americano James "Quebra Ossos" Smith, que um ano antes havia sido campeão da Associação Mundial de Boxe (WBA).
Como um ídolo, arrastou multidões em todos os cantos do país, enchendo ginásios como o Gigantinho, Ibirapuera, Maracanãzinho e Mineirinho. Esteve no Rio Grande do Sul e fez uma luta de defesa do título sul-americano.
Maguila tinha um carisma gigantesco que o tornaram popular. Boxeador com a mão pesada, foi número 2 do mundo. Não conseguiu vencer Evander Holyfield e George Foreman, mas isso jamais pode apagar o que ele representou para o boxe e para o esporte do Brasil.
Adilson Rodrigues era um verdadeiro brasileiro que carregava consigo o que de melhor o esporte pode dar: a esperança de ascender em mundo onde aqueles que são humildes tem poucas possibilidades.
Muito obrigado, Maguila, por tudo que você fez pelo nosso esporte. Você foi um sinônimo de Brasil.